sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Aqui está quem é maior que o templo

Estava pensando em como iria começar meus comentários sobre os textos que postei na semana passada. Quando li Mateus 12 hoje pela manhã, percebi por onde deveria começar.

Gostaria de compartilhar que as duas leituras foram um grande encorajamento para mim. É muito confortador lembrar que o meu foco deve ser a obediência. Não estou decidida a investir em novas expressões da Igreja porque um dia acordei e cheguei a esta conclusão de maneira lógica. Invisto em novas expressões da Igreja porque há anos Deus tem construído esta mentalidade em mim e não posso negar que Ele me chamou pra isso e que este é o tempo de cumprir!! É algo que queima dentro de mim e me consome... preciso ser obediente a esta convocação - e é só isso que Ele espera de mim. Ele quer misericórdia e não holocaustos, sacrifícios... ele deseja obediência muito mais que o sacrifício.

A obediência, como disse Mark Galli, pode não demonstrar os resultados aparentes que gostaríamos de ver, mas ela é a chave para conseguirmos caminhar no Reino e sermos filhos dos quais o Pai se agrada.

Adorei esta forma de Jesus se apresentar: "aqui está quem é maior que o templo". Isto é tão profundo... Ele não está falando apenas que é maior que o templo físico, mas que Ele é o cumprimento de tudo aquilo que eles esperavam. Eles não percebiam porque estavam concentrados em outras coisas!

Ele diz: "Se vós soubesseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes." Ele é o Senhor de todas as coisas... Ele está acima do templo, da Lei, do sábado. Precisamos estar imersos nos conceitos dEle, sermos batizados pela maneira dEle de pensar, algo que só aprenderemos com a vida de Jesus.

E é a este Deus, que está acima de todas as coisas, a quem servimos, amamos e obedecemos. Seguem as passagens que li hoje pela manhã:

"Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.

Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e a comer. Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado. Mas Jesus lhes disse: Não lestes o que fez Davi quando ele e seus companheiros tiveram fome? Como entrou na Casa de Deus, e comeram os pães da proposição, os quais não lhes era lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo: aqui está quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor do sábado.

Tendo Jesus partido dali, entrou na sinagoga deles. Achava-se ali um homem que tinha uma das mãos ressequida; e eles, então, com o intuito de acusá-lo, perguntaram a Jesus: É lícito curar no sábado? Ao que lhes respondeu: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem. Então, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e ela ficou sã como a outra."

Mateus 11, 25 - 12,13

"Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros." I Samuel 15,22

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Uma resposta

O texto de hoje, já prometido é a resposta do Neil Cole, autor de Igreja Orgânica, ao artigo que saiu na Cristianismo Hoje. O original em inglês pode ser encontrado em seu blog (http://cole-slaw.blogspot.com/search?updated-max=2010-01-26T14:42:00-08:00&max-results=7).
A partir do final de semana, comentarei um pouco os dois textos. Mais uma vez: ótima leitura para os que crêem em movimentos espirituais e se vêem chamados a abrir caminhos.

Vida Longa à Igreja Orgânica – uma resposta

Minha mulher se preocupa com a saúde e faz compras em um mercado que vende alimentos orgânicos. Logo descobri que os alimentos orgânicos estragam mais rápido que os que contêm conservantes artificiais. Será que isto se aplica a tudo o que é orgânico, até igrejas? Será que o nosso movimento morrerá um dia? Há uma data de validade para a igreja orgânica?

O Mark Galli da Christianity Today escreveu um artigo na coluna online Soul Work semana passada chamado “Vida Longa à Igreja Orgânica”. No artigo ele demonstra sua admiração, e também preocupação, com o bem estar dos líderes deste movimento. Ele receia que a amarga decepção de ver o fracasso inevitável do nosso movimento pode nos deixar desgostosos e fazer com que abandonemos nosso serviço.


As questões que ele apresenta não são apenas válidas; são percepções que têm me assombrado na última década. A sustentabilidade, a longevidade e a ameaça da institucionalização são matérias que tenho considerado muito. Por outro lado, expectativas irreais e desilusões que podem surgir deste processo nunca me deixaram preocupado.

O que é o sucesso?

Eu não vivo para ter sucesso e sim para seguir a Cristo todos os dias. Se, ao término da minha vida, eu só tiver um punhado de seguidores de Jesus que possam continuar sua obra, não me envergonharei de encontrar meu Senhor. Lendo II Timóteo 4, Paulo estava na mesma situação, mas ele disse que completou a carreira e guardou a fé . Ele também transformou o mundo! Plantou sementes que deram fruto nas gerações posteriores. Havia coisas estabelecidas que trariam mudanças permanentes ao longo dos séculos. Outras coisas duraram uma ou duas gerações. Creio que este é o padrão dos verdadeiros avivamentos. Algumas idéias permanecem para sempre, outras somente por um período.

Bob Logan, meu mentor, já disse, “Sucesso é descobrir o que Deus quer de você e realizar”. Penso que isso seja mesmo verdade. Enquanto existir um Deus vivo e amoroso, este sucesso estará disponível a todos. Apeguei-me muito a uma citação do falecido missiológo Ralph Winter: “O risco não deve ser avaliado pela probabilidade de êxito e sim pelo valor da meta.”


Podemos mudar o mundo?

Devemos fazer discípulos de todas as nações até os confins da terra. Ao fazê-lo, Paulo e seus colaboradores transtornaram o mundo(Atos 17,6).

A transformação da sociedade é a verdadeira marca de um movimento? Creio que sim. Como já disse a muitos que questionam nossa legitimidade, não serão os críticos e especialistas contemporâneos que nos validarão e sim os futuros historiadores. Penso muito nos futuros historiadores e em sua perspectiva quando observo as coisas; isso me ajuda a ter uma idéia maior e mais ampla a respeito do aqui e agora.

Se de fato saturarmos nossa sociedade com seguidores de Cristo vivazes, capazes de fazer discípulos, o mundo mudará. Creio que simplesmente conectar os filhos de Deus ao seu Pai espiritual de forma que elas ouçam a sua voz e, de maneira corajosa, sigam seu direcionamento transformará a sociedade de maneira mais ampla, holística e duradoura que qualquer outra coisa que tentarmos.

A mudança entretanto, não será para todas as gerações. Na verdade, pode até ser que os nossos problemas mais sérios sejam causados por pensarmos que as decisões que tomamos hoje serão permanentes. Acabamos estabelecendo métodos sem que as próprias pessoas ouçam Deus e façam suas próprias escolhas. O resultado é uma instituição religiosa sem vida.


Podemos mudar o futuro??

Homer Simpson já disse: “Penso que as pessoas não mudem de verdade; ou elas mudam rapidamente e depois mudam de novo.” Na verdade, toda transformação é apenas momentânea. E há uma razão para isso: fomos chamados para viver no momento. O amor é a plenitude de toda justiça e sempre é uma escolha. Temos que amar a Deus com todo o nosso ser...todos os dias. Somos a soma das decisões que foram feitas durante toda a nossa vida em momentos específicos e estas decisões compõem a pessoa que vemos no espelho. Deus quer que nós o escolhamos a cada momento de cada dia, não apenas quando somos adolescentes, num retiro à beira da fogueira.

Todas as gerações precisam enfrentar seus próprios testes e fazer suas próprias escolhas. Nossos filhos não se tornam cristãos porque nós escolhemos seguir a Cristo, mas porque eles mesmos decidiram. Se eles estão apenas vivendo as escolhas dos pais, a fé deles não é verdadeira e permanecerá conformada na religiosidade infrutífera. Isso também se aplica às organizações religiosas.

O que podemos deixar para as gerações futuras?

1. O exemplo. Eu aprendi muito estudando sobre pessoas como Paulo, Conde Zinzendorf, John Wesley e Watchman Nee. Talvez os nossos netos estudem nossas vidas e aprendam algo que possam aplicar à sua geração. Se Deus quiser, eles não copiarão o que fizemos, assim como nós não vendemos ingressos como o fez Wesley. O processo da contextualização da verdade para uma nova geração é dinâmico e produz métodos melhores. Isso produz líderes mais instruídos também.

2. Instrução escrita. Muitos hoje em dia citam um livro escrito há quase um século por um missionário anglicano, Roland Allen, - Métodos Missionários: os de Paulo ou os nossos? - Quando escrevo, penso primeiro no impacto imediato que o livro trará sobre um líder hoje, mas eu também me pergunto sobre a relevância que o livro terá daqui a 75 anos. Muitas vezes eu não acerto o segundo alvo (o primeiro alvo também pode ser discutido), mas miro. Nós todos nos apoiamos na perspectiva das gerações anteriores.

3. Mudanças nas leis e valores culturais. Às vezes o trabalho de poucos se torna um legado para muitos. A escravidão já foi uma regra e por causa do movimento instigado por algumas pessoas (William Wilberforce e os Quakers), hoje enxergamos a escravidão como uma abominação. Algumas mudanças nos valores moldam as culturas futuras. Nosso legado pode ser mais que uma rua ou um salão de faculdade que carregue nosso nome.

Todas estas mudanças podem ser duradouras e informar o futuro, mas ainda assim os futuros líderes terão que enfrentar seus próprios testes e fazer suas próprias escolhas.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Este artigo foi publicado na Cristianismo Hoje americana.
Traduzi e pedi permissão para publicar aqui... boa leitura para os que estão abrindo caminhos. Sei que é longo mas vale a pena!!
Amanhã publico a resposta do Neil Cole, um dos homens que está liderando este movimento.

Vida Longa à Igreja Orgânica!

Mas o que faremos se o mundo não for transformado?

Mark Galli | posted 07/01/2010 10:30AM

Eu amo o trabalho que o Neil Cole, Alan Hirsh (The Forgotten Ways), Bob Roberts (Transformation: How Glocal Churches Transform Lives and the World), Frank Viola (Finding Organic Church) e muitos outros estão fazendo. De uma ou outra forma eles são os defensores da “igreja orgânica”. O termo é fluido, mas contém pelo menos três ingredientes: frustração com a igreja que conhecemos, um enfoque nas pessoas (versus programas) e missão (versus manter instituições) e a visão de transformar o mundo.

Como Neil Cole declara em seu livro Igreja Orgânica, “Não é suficiente enchermos nossas igrejas; precisamos transformar o mundo”. Ele faz outra afirmação semelhante em seu livro mais recente, Church 3.0 (Igreja 3.0, ainda sem tradução em português). O livro fala sobre fazer uma transição entre instituições dirigidas por programas e lideradas por um clero para igrejas que sejam “relacionais, simples, íntimas e virais.” Ainda assim, Cole diz “Mudar a igreja não é o propósito deste livro... a única razão para sairmos de Igreja 2.0 para a Igreja 3.0 é mudar o mundo.”

Eu amo a paixão e a palavra profética que isso traz ao institucionalismo (acreditem em mim, eu conheço os males do institucionalismo: sou anglicano!). E a visão de tornar o amor e a graça de Cristo conhecidos aos quatro cantos do planeta.

O que me preocupa é o colapso eminente da igreja orgânica. E após este colapso, eu me preocupo com os homens e mulheres enérgicos que foram pioneiros deste movimento. Será que eles vão se deixar amargurar e abandonar a igreja, e talvez o seu Deus?

Não podemos nos enganar

Eu não tenho dúvidas de que o movimento da igreja orgânica entrará em colapso. Todos os movimentos de renovação na História da Igreja ou saíram dos trilhos imediatamente ou produziram renovação temporária às custas de consequências não-intencionais a longo prazo. Os historiadores da igreja afirmam que na Europa dos séculos 11 e 12, igrejas e capelas brotavam por todo o continente, sinalizando um avivamento da fé após os séculos chamados de “Era das Trevas”. Foi um dos movimentos de plantação de igrejas mais virais da História. Infelizmente, ele nutriu um ardor que queria transformar o mundo para Cristo – e este ardor encontrou lugar nas Cruzadas.

Outros exemplos de fé viral e orgânica semearam a Genebra de Calvino, a América Puritana e o movimento missionário imperialista do século 19. Uma leitura cuidadosa destes eventos sugere que os reformadores eram seguidores de Jesus com as melhores das intenções, que simplesmente queriam fazer a diferença no mundo. E fizeram. Pode-se dizer que eles mudaram o mundo em que viviam para melhor de forma significativa. Mas as consequências não-intencionais, especialmente as relacionadas à reputação da igreja e dos cristãos, tornam os esforços deles uma troca questionável. Não era com esta transformação que sonhávamos.

Desconsideremos os exemplos radicais e somente observemos a vida cotidiana, normal e contínua da igreja local século a século. Este não é um exemplo claro de mal, mas simplesmente intenções boas em coma. Institucional. Pragmática. E cheia de pessoas cujas vidas não demonstram transformação. As Igrejas vez após vez, em qualquer cultura parecem ser compostas somente de pecadores. Estamos nos enganando se pensamos que é a nossa geração que vai mudar as coisas.

É exatamente por isso que muitos dos meus colegas no Seminário abandonaram o ministério. Eles esbarraram no muro do legalismo, letargia ou pura dureza do coração cristão e disseram: Basta! Eu tenho um amigo da California que prefere lidar com as dores de cabeça do mundo corporativo a lidar com as da igreja. Eu ouso dizer que os leitores desta coluna conhecem um ou mais líderes de ministérios que estão esgotados ou irados.

E então, quando o movimento da igreja orgânica seguir seu curso – talvez nesta geração ou em duas ou três – o que vai acontecer? O que será daqueles que deram seus melhores anos e suas fortunas a causas conquistadas a duras penas somente para perceber que o mundo não foi de fato transformado ou que eles plantaram sementes de consequências não-intencionais amargas? E se a igreja nunca entender isso e voltar a se institucionalizar? Eu temo que eles se tornem amargurados em relação à igreja e a Deus. Seria totalmente compreensível se isso acontecesse. É terrível ficar decepcionado com Deus quando você sacrificou tudo para promover o que cria ser o propósito dEle. Mas é em meio a tanta decepção – até uma decepção inevitável – que nos lembramos da sabedoria de Paulo, nos encorajando a sermos “obedientes de coração”(Romanos 6,17)

Um caminho mais excelente

O fato de tudo que empreendermos não necessariamente produzir resultados não é razão para não fazermos nada. Longe disso. O erro que cometemos muitas vezes é só fazermos o que cremos que fará a diferença. Quando é este o caso, a nossa razão e o que nos motiva é a mudança. Se a mudança não acontece ou não acontecer da forma que esperamos, não temos nenhum recurso a não ser entrarmos em pânico. Mas há um caminho mais excelente.

É o caminho do amor, ou mais particularmente, amar a obediência. Jesus não nos chama para fazermos a diferença no mundo, muito menos transformá-lo. No Sermão da Montanha (Mateus 5,13-16), ele nos diz que seremos “sal” – isto é, nós preservaremos o mundo de uma auto-destruição total. Não é uma tarefa pequena, mas não significa a transformação do mundo. Ele também nos diz que seremos “luz”, isso é, ajudaremos as pessoas a verem sua verdade. Mas quando as pessoas vêem a verdade, é comum endurecerem o coração. Ou pior: surge hostilidade e os que carregam a luz são lançados na prisão ou mortos e os que que deviam receber a luz permanecem nas trevas.

Sal e luz – esta é a extensão da nossa eficácia. Nada sobre transformar o mundo através de nossos esforços. Jesus nos chamou ao mundo para realizarmos coisas: pregar, batizar, ensinar e curar. Mas ele não prometeu resultados. A diligência fiel em tais tarefas, algumas vezes, transformará vidas e comunidades. E quando isso acontece podemos nos regozijar pois Ele nos permitiu ver Sua obra! Mas em muitas oportunidades onde a igreja obedeceu fielmente, ela só passou por dificuldades – uma violência que parecia piorar a situação tanto para a vítima quanto para o executor.

O fato é que Deus às vezes nos chama para fazer coisas que não fazem sentido para os que calculam a eficácia de cada ato. Como o chamado dEle a uma freira albanesa do século XX para confortar os moribundos de Calcutá. Ou como Bartolomeu de las Casas, no século 18, que se sentiu chamado a denunciar o tratamento brutal dos povos indígenas nas Américas – e foi completamente ignorado durante sua vida. Indo mais longe, como aquele patriarca que recebeu a ordem de levar o seu único filho – produto de milagre e graça – e sacrifica-lo no Monte Moriá.

Nosso Deus não parece se impressionar com eficiência, eficácia ou a nossa transformação em seu mundo. Ele se interessa pela obediência. O que Ele anseia não é ver um povo que faz a diferença no mundo, mas um povo que ouve o seu chamado e responde com amor – não importando se a ordem for absurda ou impossível.

Quando o foco é a obediência amorosa ao Pai, qual é a diferença se não vemos resultado? Que diferença faz se o mundo e a igreja não forem transformados por nossa luz? Quando nossa motivação é o resultado, estamos fadados à decepção, porque vivemos em um mundo totalmente caído que é teimoso e resistente à transformação. Mas quando o foco é a obediência a um Pai celestial e soberano, que em amor está redimindo sua criação em Seu próprio tempo e de Sua própria forma (quase sempre misteriosa) – como ficaremos desencorajados?

Na Sua providência, Deus levantou homens e mulheres que atacam a igreja-normal, igreja-programa, igreja-manutenção institucional. Eles estão dizendo a verdade e coisas vitais sobre a igreja. Estão perturbando o estabelecimento religioso, irritando a ordem social pietista, causando um caos santo! Eles são profetas em nosso meio os quais devemos honrar e a quem devemos ouvir.

E pelos quais devemos orar – para que eles mantenham os olhos não no prêmio da transformação, mas que os seus ouvidos continuem a ouvir e obedecer aquela voz que os chamou ao ministério no início. Somente então eles estarão entre nós, nos desafiando e encorajando, mesmo quando as situações nos decepcionarem.

Mark Galli é o editor principal da Christianity Today. Ele é o autor de Jesus Mean and Wild: The Unexpected Love of an Untameable God(Baker).